segunda-feira, 21 de maio de 2012

Arte" Urbana, contexto, técnicas e tácticas

Universidade de Évora

Biblioteca dos Leões
11h Visionamento do documentário: Banksy - Exit Through the Gift Shop (87min)

12h30m conversa com Pedro Soares Neves

16h-18h Atelier de Pintura
workshop "técnicas e tácticas"
facilitação de Pedro Soares Neves

«A REVOLUÇÃO DO OLHAR»



COORDENAÇÃO: MARIA JOÃO FERNANDES
(A.I.C.A. – Associação Internacional de Críticos de Arte)

ENCONTRO/MESA REDONDA
COM OS ARTISTAS DA EXPOSIÇÃO STREET ART ALÉM PAREDES:

Costah, Dalaiama, EL ST, +-, Mar, Maria Imaginário, Pantónio, Ram, Robert Proch, Target, YUP- Paulo Arraiano.

A decorrer dia 22 de Maio (Terça feira), nas instalações da Galeria António Prates, das 17 às 20h.


Este movimento da vanguarda internacional seu posicionamento na história de arte, sua relação com a sociedade contemporânea de que é expressão, que revolução promove a street art movimento activista e revolucionário no dealbar do século XXI? Antes de mais a revolução do olhar, a mudança de óptica em relação à realidade que se torna não apenas o conteúdo principal mas o suporte, a tela onde se inscrevem os gestos e as escritas e as imagens de um quotidiano em constante metamorfóse. "Changer la Vie” de Rimbaud que inspirou Maio 68 não pode associar-se a este élan jovem que pretende revolucionar não apenas a visão tradicional da arte mas também a visão do humano no espaço citadino e claustrofóbico nele abrindo uma nova liberdade livre que antes de mais é a da poesia?

Algumas das questões a colocar a que devem associar-se os testemunhos e pontos de vista dos artistas envolvidos na exposição a partir das participações de: 

MARIA JOÃO FERNANDES - A.I.C.A. ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE CRÍTICOS DE ARTE, CRÍTICA DE ARTE POETA

EMÍLIA NADAL - PINTORA, PRESIDENTE DA SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES DE LISBOA
 
PEDRO SOARES NEVES -  DESENHADOR URBANO, PRESIDENTE DA APAURB (Associação Portuguesa de Arte Urbana)

RICARDO CAMPOS - PROFESSOR E ARTISTA

MIGUEL MOORE - JORNALISTA E CRÍTICO DA STREET ART

Na Galeria António Prates de Lisboa, que se tem empenhado na apresentação e divulgação das vanguardas internacionais, em simultâneo com a exposição de Street Art, Além Paredes, vai decorrer a 22 de Maio de 2012, terça-feira (das 17às 20h) um encontro/mesa redonda, cujos tema, título e participantes seguem em epígrafe e para o qual temos o prazer de o convidar, agradecendo desde já toda a divulgação que possa dar ao assunto. A coordenação é da crítica de arte (A.I.C.A.) Maria João Fernandes.

" Usando siglas que são verdadeiros heterónimos, invadindo as ruas e as fachadas adormecidas e cobertas de pó das grandes cidades, como as consciências rotineiras que Maio 68 tentou agitar sem grande sucesso, este exército de guerreiros armados de pincéis, tintas e tubos de spray, pretende certamente mais do que colorir as grandes superfícies antes despojadas, por onde velozmente passam comboios. O seu grito é o "changer la vie" de Rimbaub e Fernando Pessoa parece tê-los adivinhado. Senão ouçamos um fragmento do "Guardador de Rebanhos":

"O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo.”

Na Universidade de Nanterre onde Maio 68 começou, as paredes eram grandes murais cobertos de imagens fortes e subversivas onde o poeta Rimbaud tinha destaque. Keith Haring um dos artistas americanos mais famosos da sua geração associou-se a este movimento. O italiano Mimmo Rotella, por sua vez trouxe as colagens rasgadas das ruas para a história de arte. É um privilégio presenciar e sobretudo interrogar e estudar estas vagas de fundo que vão compondo novas paisagens mentais e estruturando a arte do futuro. A relação entre a estética e o quotidiano, o diluir das fronteiras tradicionais entre ambos, está certamente no centro deste teatro que é a nossa civilização contemporânea e também no espectacular palco desta Galeria, onde onze jovens colocam hoje a sua assinatura no tempo fugaz e no espaço em constante metamorfose.